Um estudo recente publicado no Journal of Energy Chemistry explora as vantagens e desafios das células a combustível MS-SOFCs (Metal-Supported Solid Oxide Fuel Cells) em veículos elétricos. Esta pesquisa, conduzida por cientistas do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), em colaboração com instituições como Unicamp, Mackenzie e UFES, destaca o potencial do etanol como combustível para carros elétricos. As MS-SOFCs oferecem uma alternativa promissora para a eletrificação do setor automotivo, especialmente em países com forte produção de biocombustíveis, como o Brasil.
O papel do carro elétrico a etanol na transição energética
Gustavo Doubek, professor da Unicamp e membro do CINE, enfatiza que essa tecnologia pode ser crucial para a descarbonização do transporte. Segundo ele, as MS-SOFCs oferecem um caminho viável para a transição energética, evitando os altos custos do hidrogênio e as limitações das baterias convencionais, como o tempo de recarga. O funcionamento dessas células envolve o uso de biocombustíveis, como etanol, biogás e biometano, de onde o hidrogênio é extraído. Esse hidrogênio é então oxidado para gerar eletricidade, alimentando o motor elétrico.
Além de garantir maior eficiência energética em comparação com motores a combustão, esse processo reduz as emissões de carbono a níveis quase nulos. Isso ocorre porque o CO2 liberado é compensado pelo consumo da cana-de-açúcar durante a fotossíntese. Essa abordagem pode ser particularmente vantajosa em países como o Brasil, que possuem uma forte produção de biocombustíveis.
Desafios e testes do combustível
A tecnologia das MS-SOFCs já foi testada no protótipo “e-Bio Fuel Cell” da Nissan, lançado no Brasil em 2016. No entanto, ainda enfrenta desafios para sua viabilidade comercial, incluindo questões de desempenho, vida útil e custos de produção. Hudson Zanin, professor da Unicamp e pesquisador do CINE, destaca o compromisso do centro em aproximar ciência e mercado. Ele afirma que o objetivo é levar essas inovações do laboratório para aplicações reais, garantindo que as MS-SOFCs se tornem uma solução prática e acessível na transição energética.
O estudo recebeu financiamento da FAPESP, Unicamp, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Shell, com suporte estratégico da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Essa colaboração entre instituições acadêmicas e empresas privadas é fundamental para o avanço da tecnologia e sua implementação no mercado.
O avanço das MS-SOFCs representa um passo significativo na busca por soluções sustentáveis para o transporte. Com o apoio contínuo de instituições de pesquisa e empresas, essa tecnologia tem o potencial de transformar o setor automotivo, promovendo uma transição energética mais limpa e eficiente.
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