Após o cancelamento dos planos de fusão com a Honda, a Nissan enfrenta sozinha uma crise global. O CEO da Nissan, Makoto Uchida, anunciou que mais de 9 mil trabalhadores serão demitidos, com uma redução de 20% na produção mundial. A Argentina, onde a Nissan Frontier é fabricada, será um dos mercados mais afetados. O desenvolvimento da nova geração da Frontier, conhecido como Projeto H60E, foi suspenso em Córdoba, impactando também o mercado brasileiro.
Impactos da Suspensão na Produção da Nissan Frontier
A suspensão da produção da Nissan Frontier em Córdoba, Argentina, traz consequências significativas. A fábrica, que também produz a Renault Alaskan, enfrenta desafios adicionais. A fornecedora Maxion Montich apresentou um plano de contenção de crise ao governo, incluindo lay-off, ajustes salariais e planos de demissão voluntária. O sindicato argentino ameaça greve, pressionando a Nissan por mais transparência.
A fábrica de Córdoba também seria responsável pela montagem da Mercedes-Benz Classe X, mas os planos foram cancelados em 2019. Isso contribuiu para que o complexo não atingisse as expectativas de produção. Enquanto isso, no Brasil, a Nissan anunciou um investimento de R$ 2,8 bilhões em Resende (RJ) para a produção de novos modelos, incluindo a nova geração do Kicks.
Por que a Fusão com a Honda Não Aconteceu
A Nissan negociava uma fusão com a Honda para enfrentar a crise, mas as negociações não avançaram. Inicialmente, as empresas planejavam uma joint venture, mas a Honda propôs que a Nissan se tornasse uma subsidiária. As divergências levaram ao encerramento das negociações, impedindo a criação da terceira maior fabricante de carros do mundo.
A consultoria MarkLines informou que o grupo Renault-Nissan-Mitsubishi vendeu 5.205.122 veículos em 2024, sendo o sexto maior conglomerado automotivo. A Honda, sem parceiros, vendeu 3.814.554 unidades. A Renault, parceira da Nissan, reduziu sua participação de 47% para menos de 40% em 2025, agravando a situação.
Desafios e Futuro da Nissan
Em novembro de 2024, diretores da Nissan revelaram ao Financial Times que a empresa entrou em “modo de emergência”. A marca precisa de um investidor, e a Honda iniciou conversas para uma fusão. No entanto, a aliança não se concretizou. A Nissan enfrenta uma corrida contra o tempo, com 12 a 14 meses para sobreviver.
A suspensão da produção da Nissan Frontier em Córdoba é um reflexo dos desafios enfrentados pela marca. A crise global e a falta de uma aliança com a Honda aumentam a pressão sobre a Nissan. A empresa busca alternativas para superar a crise e garantir sua sobrevivência no mercado automotivo.
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Foto Divulgação/Nissan
